quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Reflexos

Como um reflexo no espelho.
A olhar o eu que quero esquecer e o eu que jamais poderei voltar a ser.
As mesmas marcas feitas por lâminas diferentes.
Sempre vi o que estava por trás da amalgama de prata, pela primeira vez me deparo com mim mesmo.
Sempre acreditando ser o outro o reflexo, até constatar vergonhosamente que minha imagem é que se encontra nas sombras.
Como a lua que apenas reflete o sol.
Incapaz de acreditar.
Incapaz de ter fé outra vez.
Incapaz de sorrir entre o sangue.
Incapaz de ter esperanças sobre os destroços.
O mundo real que me consome, que ata minhas mãos e pés, mostrando o quão vago é a minha dor e tão tola minha solidão.
Uma criatura que perdeu o sentido de existir ao longo dos anos.
À minha frente novamente a luz que ofusca, tão real que queima.
O reflexo do que é original, a imagem de carne do irreal que perdi.
Em sua dor, sua estrada sinuosa, nos espinhos tropeçados e em toda lágrima derramada, ainda assim, é capaz de sorrir.
Capaz de acreditar.
Capaz de ter fé.
Capaz de ter esperanças que tudo se acertará.
Ao olhar o reflexo á minha frente tão real que posso tocá-lo a ponto de me ferir, eu só posso me perguntar mais e mais uma vez: qual o propósito de uma criatura tão vil como eu existir.

3 comentários:

Anônimo disse...

o que nos motiva? ou o contrário mesmo! em fim, o qeu nos leva a pensar que para tudo deve haver um sentido. pobre racionais e iluministas que somos...

"por fim, prefiro as trevas da ignorancia para ter onde repousar ao invez da "luz" que me pertuba o sono com tantas interrogativas disparadas contra mim." - por mim mesmo!

Anônimo disse...

digo isto acima acerca do tão debatido sentido da vida (ou "não-vida") entre os cainitas...

Mitchy Iashmine disse...

Seu blog é realmente incrivel!
Me apaixonei!

Continue realmente bem como você já está, afinal escritoras devem se apoiar!^^

Kiso, MVampira-san