sábado, 28 de maio de 2011

Destino


Mas terrível do que nunca ter experimentado um sentimento, é tê-lo por aquele a qual está destinado a matar.

Não havia nada que pudesse ser feito mesmo se soubéssemos, mesmo que desejássemos, era impossível, pois aquele destino está gravado em nossas almas, por séculos e séculos sempre se repetindo.

Como o sol que morre para a lua viver, como a lua morre para que o sol nasça, a existência de duas criaturas como nós, o amor entre duas criaturas como nós, é tão proibido e perigoso que poderia levar-nos ao que os humanos chamam de apocalipse.

Você se importaria?

Perguntei-me tantas vezes sempre nunca saber a resposta, sem nunca ser capaz de responder, mas juro, meu querido, que naquele meu lado escuro que vc revelou tão facilmente, eu respondi todas às vezes.

“Não, não me importo. O que é o apocalipse comparado ao destino que nos cabe?”

Ah, meu doce e suave querido, como quisera poder gritar a pleno e bom tom “ que se dane”. Mas... como eu disse, era impossível.

Querido, em quantas vidas mais, iremos nos encontrar desse jeito? Seremos algum dia capaz de quebrar esse circulo?

Renascer e reviver esse sentimento sem uma profecia de morte?

Ah, querido, doce me seria renascer para finalmente estar em seus braços, sem que para isso eu tenha que escolher o fim da humanidade.

Quisera nunca ter experimentado sentimento algum, nem de amor e nem de ódio, que assim talvez, não doesse nosso destino e não desejaria tão ardentemente que minha alma morresse junto com nossos corpos.

Mas sabe querido, como eu sei, é impossível.

Porque dois seres como nós, estamos fardados à guerra e à morte.

E o tão sonhado amor que carregamos nada mais é do que o nosso pecado.

Por isso querido, nesta vida, não sujarei minhas mãos com teu sangue nem lhe darei do meu para sujar-se. Porque minha alma não agüenta mais.

Sem vitória e sem derrota.

Sem guerra e sem luta.

Talvez assim se quebre, talvez assim ainda haja uma chance de vc ser feliz!

Querido, nosso destino nada mais é do que um castigo.

Chore o quanto puder, grite o mais alto que conseguir, esbraveje e odeie-me. Mas siga em frente, mesmo desejando morrer.

Assim finalmente saberei que amor maior não é o que morre junto, mas aquele que sobrevive à solidão do outro.

Querido, até a próxima vida, porque seria bom demais que terminasse aqui, não é mesmo!

Quem sabe tenhamos a chance de não nos encontrar e não termos que terminar dessa forma.

Mas olhe, a lua está tão bela hoje, que é um desperdício não apreciá-la.

Entrego-me ao esquecimento com aquilo que mais amei em todas as vidas depois de vc.

O luar.